Congresso reduz verbas da educação e saúde

Brasília - O Congresso Nacional cortou mais de meio bilhão de reais da verba inicialmente prevista na proposta encaminhada pelo Executivo para os programas de urbanização de favelas, saneamento, segurança do espaço aéreo, escolas e combate ao trabalho infantil. 
A diminuição dos recursos aconteceu porque, ao apresentar emendas para projetos de interesse próprio, os parlamentares tiveram que deduzir os valores correspondentes às novas propostas de outras áreas. Assim, os programas escolhidos para perderem verba, dando lugar as emendas, foram aqueles de interesse social. 
Encabeça a lista dos programas que tiveram investimentos cortados "ciência, tecnologia e inovação para a política industrial, tecnológica e de comércio exterior, cujo objetivo é a ampliar a competitividade dos produtos e processos de empresas nacionais do ramo científico.
 A redução chega a R$ 419,3 milhões. O programa de "urbanização e regularização de assentamentos precários", que se propõe a melhorar as condições de vida da população que mora em favelas, perdeu R$ 279,2 milhões. A proposta do governo federal previa um capital de R$ 2,4 bilhões, mas o relatório final do orçamento, alterado por deputados e senadores, autorizou apenas R$ 2,1 bilhões para projetos de saneamento e redução de riscos em comunidades.
No programa "serviços urbanos de água e esgoto", cujas ações prevêem a ampliação e a melhoria do abastecimento de água e esgotamento sanitário nos municípios brasileiros, a ideia era investir R$ 2,4 bilhões. Mas, o Congresso aprovou R$ 2,3 bilhões, ou seja, R$ 126,4 milhões a menos.
Já o déficit no programa de "segurança de voo e controle do espaço aéreo brasileiro" foi de exatos R$ 100 milhões. O orçamento inicial para as ações de segurança e eficiência no tráfego aéreo, inclusive, para a prevenção de acidentes, era de R$ 1,1 bilhão. Após os cortes, foi a R$ 997,4 milhões.
As melhorias na educação básica, presumidas no programa "qualidade na escola", também sofreram limitação na verba proposta pelo governo federal. O Congresso retirou R$ 107,9 milhões do orçamento inicial de R$ 3,5 bilhões.
Até as ações de enfrenta-mento à mão-de-obra infantil perderam recursos. O programa de "erradicação do trabalho infantil", o Peti, concentrava verba de R$ 310,5 milhões. Contudo, sofreu um corte de R$ 27 milhões na ação de atendimento a crianças e adolescentes, no contraturno escolar, retiradas do trabalho precoce.
Nem o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) escapou aos cortes. Inicialmente, a verba do programa de en-frentamento à criminalidade e à violência com bases sociais estava estimada em R$ 2,1 bilhões, mas passou por um decréscimo de R$ 35,4 milhões.
Também perderam recursos os programas de "qualidade dos serviços de transporte" (- R$ 27 milhões), "segurança pública nas rodovias federais" (- R$ 22,5 milhões), "Brasil quilombola" (- R$ 18,6 milhões), "controle interno, prevenção e combate à corrupção" (- R$ 13,9 milhões), e "proteção e promoção dos povos indígenas" (- R$ 6,2 milhões).
Diário do Povo
 
 
 
 
 
 
