Hoje será o primeiro debate dos candidatos a governador do Piauí pela TV Meio Norte
A TV Meio Norte realiza na noite desta quinta-feira (15) o primeiro debate entre os candidatos ao governo do estado. O encontro será realizado a partir das 21h e pretende reunir os candidatos João Vicente Claudino (PTB), Silvio Mendes (PSDB), Wilson Martins (PSB), Teresa Brito (PV) e Romualdo Brazil (PSOL).
Os candidatos Geraldo Carvalho (PSTU), Lourdes Melo (PCO), Major Avelar (PSL) e Pastor Macedo (PMN) não estarão neste debate porque a TV , baseada em regra da Justiça Eleitoral, não tem obrigação de pôr candidato sem representatividade na Câmara. Destes, Geraldo Carvalho promete fazer protesto para entrar no debate.
Vai ser realizado no auditório Carlos Jansen, na avenida Marechal Castelo Branco. Os candidatos que participam devem apresentar suas propostas de como planejam administrar o governo do Piauí a partir de 1º de janeiro do ano que vem. O debate será mediado pela jornalista Maia Veloso, que fará chegar aos debatedores perguntas da produção, dos entrevistados e também mediará perguntas entre eles.
HISTÓRIA DOS DEBATES
Os debates eleitorais são comuns em disputas políticas no Piauí e no Brasil desde o pleito de 1985 para as prefeituras de capitais. Naquele ano não se registrou debate em nosso estado. Havia apenas duas emissoras, ambas controladas pelo governo da época e também pela prefeitura. O objetivo era restringir a participação, fora da propaganda eleitoral obrigatória, do candidato da oposição, professor Wall Ferraz, que terminou vencendo a eleição.
No pleito seguinte, em 1988, novamente os debates foram vetados pelas direções das emissoras existentes – Clube e Cidade Verde (antiga TV Pioneira) – sem que houvesse motivo justificável. Nos programas jornalísticos, o candidato Átila Lira recebeu maior cobertura. No entanto isso não evitou que Heráclito Fortes, que tinha apoio do então prefeito, ganhasse a eleição.
LULAR VERSUS COLLOR
Em 1989, na eleição presidencial, ficou famosa a disputa entre Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio da Silva, o Lula, em cadeia de emissoras que realizaram debate entre os candidatos. No segundo turno, Collor, o “caçador de marajás”, amedrontou seu oponente com algumas pastas que supostamente continham documentos comprometedores contra o petista Lula.
Na campanha eleitoral de 1994, no primeiro turno, não houve debate. As emissoras estavam amplamente engajadas na campanha do candidato Átila Lira, que tinha apoio do governo do estado e da maioria dos deputados estaduais, federais, senadores, prefeitos e vereadores. No segundo turno, tentou-se fazer debate entre Lira e o candidato da oposição, Francisco Moraes Souza, o Mão Santa.
CASO ÁTILA VERSUS MÃO SANTA
Mão Santa não compareceu, deixando a apresentadora Cláudia Brandão sozinha com Átila Lira no estúdio. A jornalista aproveitou para fazer entrevista que o candidato que comparecera. Mão Santa, no horário eleitoral, justificou sua ausência: “Essa televisão Clube passou a campanha inteira me agredindo e agora, na véspera da votação em segundo turno, tenta me atrair para uma armadilha. De modo algum.” Ele foi vitorioso na votação.
Foram famosos os debates das eleições de 2002, em que o então governador Hugo Napoleão enfrentou o deputado federal Wellington Dias. O petista acusou Hugo, em pleno debate realizado pela Tv Clube, de ter sacado R$ 50 milhões em recursos públicos, do Banco do Estado do Piauí, para distribuir com cabos eleitorais.
E O CASO HUGO VERSUS WELLINGTON
Hugo acusou Wellington de patrocinar, juntamente com bancários filiados ao PT, quebra ilegal de sigilo bancário. Ameaçou processá-lo. Nervoso, Hugo não conseguiu fazer frente à calma do seu oponente, a quem acusava de receber apoio do ex-governador cassado Mão Santa. “Não posso rejeitar voto de quem quer que seja”, rebateu Wellington Dias – que viria a ganhar em 1º turno. Em 2006, os candidatos de oposição não fizeram frente ao grande poder acumulado pelo então governador, que compareceu a todos os debates, mesmo estando em vantagem nas pesquisas.
Houve acusações de uso da máquina administrativa na campanha reeleitoral de Wellington Dias mas ele defende-se de todas dizendo estar sendo vítima de “injusta perseguição política.” No momento, a campanha ainda não conseguiu empolgar nem candidatos nem militância, muito menos eleitores. Por isso, a expectativa é de que o debate desta noite se desenrole em harmonia entre os candidatos. Os principais postulantes ao Karnak têm origem no mesmo partido, o PSDB, e por isso devem se tratar cortezmente ao longo do programa. O 180graus vai fazer a cobertura do debate em tempo real a partir das 19h30. Uma observação: esse debate vai ser o primeiro da agora chamada 'Era Twitter'. O eleitor vai acompanhar e, pode ter certeza, emitir a sua opinião em tempo real.
Fonte: 180graus
Por Toni Rodrigues
Por Toni Rodrigues