No debate do Simepi, Sílvio e Wilson trocam provocações
Sílvio Mendes (PSDB) e Wilson Martins (PSB)
Dois candidatos ao Governo do Estado participaram do debate promovido pelo Sindicato dos Médicos do Piauí, o Simepi, na noite desta sexta-feira, dia 6 de agosto.
O governador Wilson Martins (PSB), candidato a reeleição, e o ex-prefeito Sílvio Mendes (PSDB) confrontaram-se durante duas horas, aproximadamente, respondendo às perguntas elaboradas pela classe médica do Estado, todas referentes à area de Saúde Pública, que passa por dificuldades patentes, representando um grande desafio para quem suceder a atual gestão.
Ausência de João Vicente Claudino
O senador João Vicente Claudino (PTB) não pôde participar do encontro, deixando inconformados os organizadores do encontro, que faz parte da programação do VI Congresso Brasileiro sobre a Situação do Médico, realizado pelo Simepi, juntamente com o Conselho Regional de Medicina (CRM) e com a Associação Piauiense de Médicos (Aspimed).
Reiteradas vezes, a mediadora do debate disse que as entidades representativas da classe médica lamentavam profundamente a ausência de JVC, postura considerada "falta de comprometimento" com as causas dos profissionais da Saúde.
Segundo o Simepi, a assessoria do senador só cancelou sua participação na manhã de hoje, mesmo tendo assinado documentos em que se confirmavam a presença do petebista.
Cordialidade no início
Pouco antes de iniciar o debate, o clima entre os candidatos era de cordialidade. Wilson e Sílvio abraçaram-se assim que entraram no Auditório Dr. Newton Nunes de Lima, na sede do Simepi. Enquanto cochichavam, um no ouvido do outro, eram fotografados e filmados pela imprensa.
Ausência de João Vicente Claudino
O senador João Vicente Claudino (PTB) não pôde participar do encontro, deixando inconformados os organizadores do encontro, que faz parte da programação do VI Congresso Brasileiro sobre a Situação do Médico, realizado pelo Simepi, juntamente com o Conselho Regional de Medicina (CRM) e com a Associação Piauiense de Médicos (Aspimed).
Reiteradas vezes, a mediadora do debate disse que as entidades representativas da classe médica lamentavam profundamente a ausência de JVC, postura considerada "falta de comprometimento" com as causas dos profissionais da Saúde.
Segundo o Simepi, a assessoria do senador só cancelou sua participação na manhã de hoje, mesmo tendo assinado documentos em que se confirmavam a presença do petebista.
Cordialidade no início
Pouco antes de iniciar o debate, o clima entre os candidatos era de cordialidade. Wilson e Sílvio abraçaram-se assim que entraram no Auditório Dr. Newton Nunes de Lima, na sede do Simepi. Enquanto cochichavam, um no ouvido do outro, eram fotografados e filmados pela imprensa.

No primeiro bloco, foram feitas três perguntas aos dois candidatos. Uma do Simepi, uma do CRM e uma da Aspimed.
A primeira questão levantada foi sobre o excesso de convênios firmados pelo poder público com as Organizações Sociais (OS) e com as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), entidades sem fins lucrativos que exercem atividades de interesse público em diversas áreas, seja na Saúde, Educação, Pesquisa Científica, Cultura, Desenvolvimento Tecnológico, Preservação do Meio Ambiente, dentre outras.
A classe médica, em geral, é contrária ao crescimento exacerbado desses vínculos, que seriam fatores que contribuem para a desvalorização dos salários dos profissionais da saúde, no entendimento dos médicos.
A primeira questão levantada foi sobre o excesso de convênios firmados pelo poder público com as Organizações Sociais (OS) e com as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), entidades sem fins lucrativos que exercem atividades de interesse público em diversas áreas, seja na Saúde, Educação, Pesquisa Científica, Cultura, Desenvolvimento Tecnológico, Preservação do Meio Ambiente, dentre outras.
A classe médica, em geral, é contrária ao crescimento exacerbado desses vínculos, que seriam fatores que contribuem para a desvalorização dos salários dos profissionais da saúde, no entendimento dos médicos.

Quanto a esse assunto, os dois candidatos manifestaram uma opinião semelhante. Wilson disse que não será meta do seu governo aumentar os incentivos às OS e OSCIP, apenas quando houver necessidade. Sílvio foi mais enfático, afirmando que é necessário conter a disseminação dessas organizações, devendo-se potencializar o investimento no Sistema Único de Saúde (SUS). O tucano citou a Rede de Hospitais Sarah Kubitschek, que, segundo ele, chega a receber mais recursos da União que todo o Estado do Piauí.
Sobrecarga do Complexo de Saúde de Teresina
Posteriormente, os candidatos falaram sobre o excesso de pacientes que vêm à capital para tratar da saúde, sobrecarregando os hospitais públicos de Teresina, um problema grave e que se perpetua há décadas.
Sílvio disse que Teresina gasta hoje mais da metade de seus recursos para a Saúde com pacientes que não são da cidade, mas sim do interior do Piauí ou de outros Estados. Ele disse ainda que o número de atendimentos a essas pessoas são maiores e os procedimentos demandados, em geral, são mais onerosos. "A solução para isso é dar resolutividade aos hospitais dos municípios piauienses", afirmou o tucano. E sentenciou: "O Piauí não possui um hospital sequer com resolutividade".
Em resposta, Wilson disse que Sílvio não conhece o Piauí, pois não tem conhecimento dos hospitais públicos mantidos pelo Estado e que oferecem serviços de qualidade. O Hospital Dirceu Arcoverde, de Parnaíba, e o Hospital Regional Deolindo Couto, em Oeiras, foram mencionados pelo governador como prova de que há, sim, hospitais públicos de qualidade em outras cidades piauienses, além de Teresina.
Sílvio rebateu o ataque afirmando que "pior do que não conhecer o Estado é conhecer e não fazer nada pra melhorar". Em seguida, ele disse que o atual governo não possui um sistema de saúde capaz de atender a população de forma decente. Wilson, por sua vez, afirmou que no seu governo com Wellington Dias o salário pago aos médicos teve um reajuste expressivo, chegando ao piso de R$ 7 mil para os plantonistas que trabalham em emergência. "Trabalhei muito pela lei que cria a carreira médica. Não vamos apenas manter essa lei. Vamos lutar muito para melhorar ainda mais os salários dos médicos", assegurou o candidato do PSB.
Municipalização da Saúde
O peessedebista criticou a municipalização dos hospitais públicos. Disse que aconselhou muitos prefeitos a recusarem a oferta do Estado, de assumir as unidades de saúde. Porém, a maioria das prefeituras aceitou assumir a gestão dos hospitais, o que, segundo Sílvio, levou à falência das finanças de muitos municípios. O ex-prefeito aproveito para comparar o quadro de médicos do Governo do Estado e o da Prefeitura de Teresina. Sílvio disse que, enquanto Wilson comemora os cerca de 1.400 médicos lotados nos hospitais do Estado, a PMT possui aproximadamente mil na rede municipal, o que, na opinião do tucano, mostra que os profissionais contratados pelo governo estadual são insuficientes.
O governador refutou a afirmação de que a municipalização da saúde quebrou as prefeituras, e disse que "é normal os hospitais passarem por dificuldades, não apenas no Piauí, mas em todo lugar". Sílvio ponderou que tais dificuldades poderiam ser amenizadas se o Governo do Piauí cumprisse a Emenda Constitucional 29/2000, que assegura os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde. Wilson disse que o governo aplica, sim, a cota exigida constitucionalmente, e afirmou que investimentos em outras áreas, como o saneamento básico, também devem ser considerados gastos com saúde.
Em tom de ironia, Sílvio disse que o Karnak considera gasto com saúde até as despesas com a alimentação de presidiários. Wilson garantiu que, se eleito, destinará bem mais que o mínimo exigido por lei para a Saúde.
Momento de tensão
Um dos momentos em que os ânimos ficaram mais estremecidos foi quando Wilson insinuou que sua vitória no pleito de outubro é certa, afirmando que Sílvio continuará na oposição, e poderá fiscalizar se ele, Wilson, vai cumprir a promessa de investir na Saúde bem mais do que o exigido pela Emenda Constitucional 29.
Sem conseguir omitir o desconforto com a alfinetada do governador, Sílvio disse que deseja "ganhar a eleição pelo caminho da luz, pelo caminho do bem, sem comprar consciências", revidou, emendando logo em seguida: "Se a população decidir me colocar na oposição, eu serei da oposição feliz".
Wilson não deixou por menos. Disse que Sílvio teve a oportunidade de fazer muti pela Saúde de Teresina, mas fez pouco. O governador falou que os prefeitos tucanos não conseguiram construir o Hospital de Urgência de Teresina Dr. Zendon Rocha, cuja conclusão só foi possível com a ajuda dos governos estadual e federal, analisou.
O candidato do PSB disse, ainda, que o Hospital Getúlio Vargas (HGV) mudou da água pro vinho no seu governo ao lado de W. Dias.
Sobrecarga do Complexo de Saúde de Teresina
Posteriormente, os candidatos falaram sobre o excesso de pacientes que vêm à capital para tratar da saúde, sobrecarregando os hospitais públicos de Teresina, um problema grave e que se perpetua há décadas.
Sílvio disse que Teresina gasta hoje mais da metade de seus recursos para a Saúde com pacientes que não são da cidade, mas sim do interior do Piauí ou de outros Estados. Ele disse ainda que o número de atendimentos a essas pessoas são maiores e os procedimentos demandados, em geral, são mais onerosos. "A solução para isso é dar resolutividade aos hospitais dos municípios piauienses", afirmou o tucano. E sentenciou: "O Piauí não possui um hospital sequer com resolutividade".
Em resposta, Wilson disse que Sílvio não conhece o Piauí, pois não tem conhecimento dos hospitais públicos mantidos pelo Estado e que oferecem serviços de qualidade. O Hospital Dirceu Arcoverde, de Parnaíba, e o Hospital Regional Deolindo Couto, em Oeiras, foram mencionados pelo governador como prova de que há, sim, hospitais públicos de qualidade em outras cidades piauienses, além de Teresina.
Sílvio rebateu o ataque afirmando que "pior do que não conhecer o Estado é conhecer e não fazer nada pra melhorar". Em seguida, ele disse que o atual governo não possui um sistema de saúde capaz de atender a população de forma decente. Wilson, por sua vez, afirmou que no seu governo com Wellington Dias o salário pago aos médicos teve um reajuste expressivo, chegando ao piso de R$ 7 mil para os plantonistas que trabalham em emergência. "Trabalhei muito pela lei que cria a carreira médica. Não vamos apenas manter essa lei. Vamos lutar muito para melhorar ainda mais os salários dos médicos", assegurou o candidato do PSB.
Municipalização da Saúde
O peessedebista criticou a municipalização dos hospitais públicos. Disse que aconselhou muitos prefeitos a recusarem a oferta do Estado, de assumir as unidades de saúde. Porém, a maioria das prefeituras aceitou assumir a gestão dos hospitais, o que, segundo Sílvio, levou à falência das finanças de muitos municípios. O ex-prefeito aproveito para comparar o quadro de médicos do Governo do Estado e o da Prefeitura de Teresina. Sílvio disse que, enquanto Wilson comemora os cerca de 1.400 médicos lotados nos hospitais do Estado, a PMT possui aproximadamente mil na rede municipal, o que, na opinião do tucano, mostra que os profissionais contratados pelo governo estadual são insuficientes.
O governador refutou a afirmação de que a municipalização da saúde quebrou as prefeituras, e disse que "é normal os hospitais passarem por dificuldades, não apenas no Piauí, mas em todo lugar". Sílvio ponderou que tais dificuldades poderiam ser amenizadas se o Governo do Piauí cumprisse a Emenda Constitucional 29/2000, que assegura os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde. Wilson disse que o governo aplica, sim, a cota exigida constitucionalmente, e afirmou que investimentos em outras áreas, como o saneamento básico, também devem ser considerados gastos com saúde.
Em tom de ironia, Sílvio disse que o Karnak considera gasto com saúde até as despesas com a alimentação de presidiários. Wilson garantiu que, se eleito, destinará bem mais que o mínimo exigido por lei para a Saúde.
Momento de tensão
Um dos momentos em que os ânimos ficaram mais estremecidos foi quando Wilson insinuou que sua vitória no pleito de outubro é certa, afirmando que Sílvio continuará na oposição, e poderá fiscalizar se ele, Wilson, vai cumprir a promessa de investir na Saúde bem mais do que o exigido pela Emenda Constitucional 29.
Sem conseguir omitir o desconforto com a alfinetada do governador, Sílvio disse que deseja "ganhar a eleição pelo caminho da luz, pelo caminho do bem, sem comprar consciências", revidou, emendando logo em seguida: "Se a população decidir me colocar na oposição, eu serei da oposição feliz".
Wilson não deixou por menos. Disse que Sílvio teve a oportunidade de fazer muti pela Saúde de Teresina, mas fez pouco. O governador falou que os prefeitos tucanos não conseguiram construir o Hospital de Urgência de Teresina Dr. Zendon Rocha, cuja conclusão só foi possível com a ajuda dos governos estadual e federal, analisou.
O candidato do PSB disse, ainda, que o Hospital Getúlio Vargas (HGV) mudou da água pro vinho no seu governo ao lado de W. Dias.

Considerações Finais
Ao final do debate, os dois candidatos aradeceram o convite das entidades representantes da classe médica.
Wilson disse que o debate é um comprometimento dos candidatos com os profissionais da saúde e, principalmente, com a população, que deve cobrar as promessas feitas pelo candidato vitorioso, seja quem for. "É preciso que haja um financiamento, incluindo a responsabilidade de todas as esferas do poder - federal, estadual e municipal. No Piauí, nós avançamos muito com a carreira médica. O médico teve 2.400% de aumento no seu salário desde que nós recebemos o governo em 2003", finalizou.
Sílvio aproveitou o ensejo para exortar os médicos a participarem da política partidária: "Não adianta só reclamar e não fazer nada. É importante participar".
Por fim, ele elogiou a iniciativa da classe de realizar um debate entre os candidatos ao governo, e disse que já se dispôs a discutir o futuro Piauí com as mais variadas entidades sociais, e aguarda novos convites.
Fonte: O Dia