Obras de estradas só recomeçam após chuvas
O governador Wilson Martins (PSB) anunciou no início da semana a decisão de retomar as obras de pavimentação de estradas que estão paralisadas em vários pontos do estado. Ao que tudo indica, porém, a determinação não será cumprida antes do período invernoso - o que significa dizer que muitas cidades piauienses podem ficar isoladas em decorrência das chuvas.
Segundo o diretor-geral do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), Severo Eulálio Filho, as obras das grandes rodovias do Piauí serão retomadas logo após o período das chuvas. Na região Sul, onde as chuvas terminam mais cedo, os serviços deverão ser reiniciados ainda em março, de acordo com cronograma estabelecido pelo DER. No Norte do Piauí, porém, o reinício das obras deverá ocorrer mais tarde, uma vez que o inverno na região se prolonga até maio.
De Norte a Sul, o estado tem vários pontos de estrangulamento de estradas, prestes a romper, impedindo a passagem de veículos. Estão assim porque as obras iniciadas no ano passado foram interrompidas ainda no ano passado. É o caso, por exemplo, das estradas que ligam Alto Longá a São João da Serra, na região Norte, e Várzea Grande a Barra DAlcântara, no Centro-Sul.
As duas vias ficaram na terraplanagem. O trecho entre Várzea Grande e Barra DAlcântara, de 18 quilômetros, já rompeu diversas vezes desde outubro por causa das chuvas. Há também rodovias estaduais já asfaltadas que se deterioraram com o tempo devido à falta de manutenção. É o caso da PI-140, que liga Floriano a Itaueira e Canto do Buriti, sul do estado.
Do trecho total de 162 quilômetros, há pelo menos 80 quilômetros totalmente esbura-cados. A PI-140 é uma das rodovias mais importantes do sul do estado, porque interliga o centro do estado a Corrente, no extremo-sul, permitindo o acesso à Bahia e a Brasília. É também umas das principais vias de escoamento dos grãos dos cerrados piauienses.
No ano passado, os caminhoneiros que trafegam ali fizeram um protesto inusitado contra o estado lastimável da estrada: fecharam a via por 48 horas, formando uma fila quilométrica de carretas nas proximidades de Canto do Buriti. Igualmente crítica - ou mais ainda - é a situação da PI-247, que liga Bertolínia a Uruçuí. Nas proximidades de Sebastião Leal, há um trecho de cerca de 17 quilômetros sem asfalto que torra a paciência dos motoristas.
Trafegar ali requer coragem, presteza e muita paciência também. Há cerca de um mês, o local estava prestes a romper por conta de uma cratera aberta no meio da estrada por conta das chuvas.
Com Informações Diário do Povo
