Redirecionando

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Heráclito Fortes se irrita ao ter seu nome citado em escândalo

 Funcionários de seis empresas que prestam serviços no Senado se mobilizaram ontem em protesto contra a suposta recontratação de 1.237 trabalhadores, demitidos depois que auditoria indicou inchaço no número de não efetivos. Os terceirizados argumentam que não há condições de a Casa receber mais funcionários, pois as empresas que atuam no Senado atualmente não têm cumprido obrigações trabalhistas.  
A recontratação provocou polêmica até mesmo entre os senadores. O presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), afirmou que foi “surpreendido” pela notícia e que a Primeira Secretária, comandada por Heráclito Fortes (DEM-PI), (foto ao lado),é quem cuida do assunto. O senador do DEM, por sua vez, não gostou de ter o nome citado no imbróglio. No fim da noite, o diretor-geral do Senado, Haroldo Tarja, divulgou nota negando a intenção de recontratar 1.237 funcionários.


Contratações
A secretária parlamentar Rosemary Ferreira Alves de Matos afirmou em depoimento à Polícia Legislativa do Senado que o senador Efraim Morais (DEMPB) era o responsável pela indicação dos funcionários comissionados do gabinete. “A contratação se inicia com a indicação do futuro servidor pelo senador”, informou a Rosemary. Ela trabalha no Senado desde 2005 e é funcionária comissionada do gabinete desde julho do ano passado.

A secretária teve o nome envolvido no escândalo depois de o contínuo Gilberto Rocha da Mota ter afirmado que Rosemary sempre pedia para que ele representasse funcionários nomeados por procuração, inclusive para a posse de Kelly Janaína Nascimento da Silva, 28 anos, e Kelriany Nascimento da Silva, 32 anos, funcionárias fantasmas do gabinete de Efraim que denunciaram a contratação irregular

Entenda o caso - Em depoimento prestado na última semana de maio, a secretária afirmou que em situação de nomeação por procuração, o gabinete chega a repassar diretamente para o parlamentar “formulários necessários para a posse” para que sejam entregues ao futuro servidor. “Quando se trata de indicado com residência no estado da Paraíba, passa-se para o senador os formulários necessários para a posse e esse repassa para o futuro servidor”, traz o depoimento.

A assessoria do senador foi procurada, mas não respondeu à reportagem. O questionamento sobre a responsabilidade pela indicação de comissionados tinha o objetivo de apurar envolvimentodo senador na liberação das duas vagas supostamente pedidas por Mônica da Conceição Bicalho para Kelly e Kelriany, que receberam salário de R$ 3,8 mil e R$ 1,4 mil, respectivamente, durante 13 meses, sem prestar serviços ao Senado.

O depoimento de Rosemary também destaca a relação do senador com o pai de Mônica e Kátia da Conceição Bicalho, funcionárias envolvidas diretamente na contratação das supostas fantasmas. De acordo com a secretária, Antônio Sérgio Rocha Bicalho teria ajudado o parlamentar a negociar um veículo e era comum no gabinete o senador pedir a localização de Bicalho e o pai de Mônica ligar procurando o parlamentar.

Sigilo
Aos poucos, o quebra-cabeças do funcionamento do gabinete de Efraim tem sido montado com a apresentação de novos personagens e testemunhas. Por enquanto, a Polícia Legislativa do Senado tem protegido o teor do depoimento da chefe de gabinete de Efraim, Mariângela Cascão Pires e Albuquerque. A funcionária teria se apresentado espontaneamente na última sexta-feira, depois de tomar conhecimento das afirmações de Mônica, que teria responsabilizado a chefe de gabinete pelo acompanhamento do trabalho das supostas fantasmas.

Apesar de a Polícia Legislativa tentar usar o prazo de 30 dias para concluir as investigações, a Polícia Federal já entrou no caso. A PF vai abrir inquérito para apurar as irregularidades na contratação de Kelly e Kelriany pelo gabinete de Efraim. As duas abriram contas-correntes para receber os salários, mas a movimentação era feita por outras pessoas. A polícia tenta obter imagens dos caixas eletrônicos onde saques foram feitos.

A decisão da Polícia Federal de entrar no caso foi tomada na segunda-feira, depois que a Polícia Civil do Distrito Federal encaminhou documentos sobre a abertura das contas em nomes de Kelly e Kelriany. Por se tratar de instituições bancárias oficiais, a PF vai verificar se houve fraudes contra a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Apuração da Polícia do Senado encontrou transferência da conta salário das fantasmas para Bicalho, sua mulher, Nélia da Conceição Bicalho, e o filho Ricardo Luiz da Conceição.
 
*Fonte:Correio Braziliense

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