JVC desabafa, não vota Wilsão, nem Silvio e anula seu voto
O senador João Vicente Claudino (PTB), terceiro colocado nas Eleições 2010, finalmente falou sobre a formalização do partido que ele preside à candidatura a reeleição do governador Wilson Martins (PSB) no 2º turno. Ele disse que respeita a decisão "da maioria", mas garante que não vai apoiar nem o próprio Wilsão e nem o candidato da oposição, ex-prefeito de Teresina Silvio Mendes (PSDB).
"Eu não vou participar e nem vou apoiar ninguém neste 2º turno, à exceção da Dilma (Roussef, candidata do PT a presidência da República). Aliás, no dia da eleição eu vou votar no número 14 (seu número no 1º turno. O que significa anulação do seu voto)", disse JVC. Ele concedeu entrevista à TV Antena 10 e a reportagem do180graus flagrou e acompanhou. Foi na tarde desta quinta-feira (07/10), na sede da Socimol, zona Sul de Teresina. JVC fez um desabafo sobre o seu desempenho no 1º turno, satisfeito com mais de 300 mil votos: “Sei que fiz uma boa campanha e faria tudo novamente”.
APOIO DO PTB A WILSÃO
Perguntado sobre como analisa o apoio do seu partido à candidatura de Wilsão, sem a sua participação, o senador é enfático: “Não participei porque seria uma incoerência de minha parte. Todos sabem da divergência que eu tive (com Wilsão) no 1º turno. Mas o deputado estadual Hélio Isaias, vice-presidente do PTB, participou como interlocutor. Esse apoio parte de uma maioria. Não considero que seja 80% ou 90%, acho que uns 60% concordam (com o apoio a Wilsão). Os outros (40%) se não demonstram estar indefinidos, votam no outro candidato (Silvio)”.
NEM WILSÃO E NEM SILVIO: VOTA NULO
JVC revelou que não vai participar desta campanha de 2º turno para governador, não vai pedir voto nem para Wilsão e nem para Silvio e nem sobe no palanque de ninguém, “a não ser no da Dilma”. Ele disse que seu voto será no número do seu partido, o 14, que disputou o 1º turno, mas não está mais na disputa deste 2º turno. Isto significa que anulará o seu voto. “Não vou pedir para os que votaram em mim façam o que eu vou fazer. Não quero que ninguém vote nulo e em vou pedir, mas é isso que vou fazer. No dia da eleição, vou apertar o ‘1’ e o ‘4’ e depois o Confirma. Em seguida, para presidente, voto no número da Dilma. É assim que vou fazer. Se a Dilma, por exemplo, quiser que eu apareça, grave algo para ela aqui, eu faço. Mas só para ela”, ressaltou.
E VAI TER PETEBISTA APOIANDO O SILVIO?
O senador disse que vai ter sim petebista votando em Silvio Mendes, da mesma forma que vai ter petebista confirmando o apoio oficial, comandado por Helio Isaias, acompanhado do senador eleito Ciro Nogueira (PP), em reunião na quarta-feira, a Wilson Martins. “O que observo é o seguinte: o atual governador vai para cima, sai ligando e pede votos para várias as lideranças do PTB. Já o Silvio Mendes, e até já vi ele dando entrevistas na televisão falando isso, prefere esperar que manifestem apoio a ele. Não sei se funciona. Acho que o Wilson sai na frente do Silvio nesse sentido. Mas olha, tem liderança do PTB, ex-prefeito, prefeito, vice, vereador e etc que entra em contato comigo perguntando em quem eu vou votar. Eu manifesto meu posicionamento (de votar no ‘14’ isto é, nulo), mas deixo todos bem a vontade. Quem quiser seguir o que a maioria acertou naquela reunião, tudo bem”.
TRAUMA DE BASE ALIADA E BANCADA COM CIRO E W.DIAS
O senador disse que saiu com um trauma dessa campanha. “Sai traumatizado com a palavra ‘base aliada’. Risquei do meu vocalbulário”, disse, se referindo ao apoio que tinha com o ex-governador Wellington Dias (PT), firmado em 2006, e que poderia ter ajudado a ser ele o escolhido como candidato da tal ‘base aliada’. W.Dias preferiu optar por Wilsão e deixou JVC a ver navios, saindo candidato a governador sem o apoio de partidos grandes dessa ‘base’ como o PT e o PMDB. Mas JVC considera importante a eleição do próprio Wellington Dias e do candidato a senador eleito pela sua chapa, Ciro Nogueira. “Vai ser importante essa bancada (JVC, W.Dias e Ciro), principalmente com a vitória para presidente da Dilma. Hoje está 2 a 1 (com ele e os derrotados Heráclito Fortes, do DEM, e Mão Santa, do PSC, ambos oposição), contra o atual presidente Lula (PT). Mas eu saio dessa campanha de cabeça erguida. Levantei a bandeira do fim do desemprego. Foi minha primeira candidatura para governador, obtive mais de 300 mil votos, continuo senador e na próxima quarta-feira irei a tribuna do Senado agradecer a confiança do eleitorado do Piauí que votou em mim”.
Com informações 180graus