Perfuradora chega ao local em que os 33 mineiros estão presos no Chile
A perfuradora T-130, do plano B de resgate, chegou ao local às 8h03 locais (9h03 de Brasília), na Mina San José, próximo à cidade de Copiapó, no norte do país.
Os parentes dos mineiros subiram à montanha e comemoraram aos gritos de 'Chi, chi, chi, le, le, le!'. Um sino soava, comemorando a abertura do túnel.
Agora, os engenheiros responsáveis pelo resgate precisam decidir se vai ser preciso amplicar o túnel com um cilindro de metal, antes que seja iniciada a subida dos mineiros, o que poderia ocorrer já a partir da terça-feira.
Nos últimos dias, os mineiros fizeram atividades físicas mais intensas. Eles devem ser submetidos a uma dieta de alimentos sólidos seis horas antes de subir.
Um médico e um mineiro serão os primeiros a descer, revezadamente, à mina. No máximo, vão descer três pessoas de cada vez.
Na quinta-feira, as equipes de resgate fizeram uma simulação cronometrada de como serão os trabalhos.
O ministro de Mineração do Chile, Laurence Golborne, afirmou neste sábado que vai levar o tempo necessário para decidir qual o melhor modo de resgatar os 33 mineiros presos a 700 metros de profundidade, há 64 dias. Golborne falou pouco depois da perfuradora T-130 alcançar o local onde estão os mineiros, causando grande euforia entre os parentes.
Apesar do grande marco na operação de resgate, a saída dos mineiros deve acontecer somente na terça-feira (12). Após escavar o poço, as equipes de resgate vão desmontar as 105 peças da perfuradora para passar câmeras e examinar a segurança das paredes do túnel. Se elas forem uniformes e fortes o suficiente, vão preparar o túnel para a passagem da cápsula que trará, um a um, os mineiros isolados.
A grande dúvida no momento é se o túnel será ou não protegido com placas de aço, uma garantia para que as paredes não desmoronem durante o resgate. O processo pode atrasar por no mínimo cinco dias o resgate.
"Levamos 33 dias de perfurações para chegar ao local onde estão os 33 mineradores (...), agora não podemos nos apressar para definir situações importantes, vamos levar o tempo que for necessário", detalhou Golborne diante da ansiedade da imprensa para saber o dia exato do resgate final. Ele próprio estimou anteriormente que levaria de três a dez dias para o resgate, a partir do momento que a perfuradora chegasse ao local.
"Ainda temos um longo caminho a percorrer, muito trabalho para fazer e precauções a serem tomadas. Mas hoje alcançamos um marco importantíssimo".
O contato com a região onde estão os mineradores, cuja possibilidade era estimada em apenas 2% no início da operação, tornou-se realidade graças ao trabalho de centenas de engenheiros e operários das empresas mineradoras da região. "Temos pessoas especializadas, com grande capacidade de manipulação das máquinas", elogiou o ministro Golborne.
Golborne afirmou na véspera que as placas de aço suficientes para cobrir todo o túnel pesariam mais de 150 toneladas --o que poderia causar um colapso na instável mina e atrasar muito mais o resgate. A estrutura pode ainda bloquear a passagem da Phoenix, a cápsula de resgate.
Também nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, afirmou apenas a primeira parte do túnel aberto pela T-130 será protegido, o equivalente aos primeiros cem a 200 metros.
EUFORIA
A perfuradora T-130, a mais avançada das três que trabalham na operação de resgate na mina chilena San José, chegou ao local onde estão presos os 33 mineradores. Uma sirene soou às 8h02 no horário local, (9h02 de Brasília) confirmando oficialmente que a perfuradora, batizada como "La Liebre" ("A Lebre", em livre tradução) pela rapidez com que alcançou os 624 metros de profundidade, alcançou o local onde os 32 operários chilenos e um boliviano permanecem desde 5 de agosto.
Ao saber da notícia, o acampamento Esperanza se transformou no cenário de emoção e júbilo. Os membros da equipe de resgate comemoraram a conquista junto de familiares, que passaram a noite acordados para acompanhar o avanço da perfuração, correram até a colina onde estão cravadas bandeiras em lembrança aos mineradores.
Os chilenos --e todo o mundo-- foram cativados pelo drama dos mineiros, que passaram 17 dias sem que se soubesse nem ao menos se estavam vivos. O resgate se tornou uma questão de prioridade nacional.
O próprio ministro Golborne, e os integrantes da equipe de resgate, liderada pelo engenheiro Andrés Sougarret, se abraçaram com os familiares.
"Os mineradores sabem o processo que vem agora e estão muito tranquilos, mais calmos do que a imprensa ao menos", brincou o ministro em uma breve e improvisada entrevista coletiva.
"Isso é muito forte, é um grande sentimento. Eu posso imaginar o que meu irmão deve estar sentindo lá dentro", disse à agência AFP Gastão Henrique, irmão de um dos mineiros, que espera por ele fora do site.
"Estamos muito felizes, porque nestes dois meses temos sofrido muito. Aguardamos agora que saiam logo para podermos abraçá-los e trazê-los para casa", disse Wilson Avalos, que tem dois irmãos enterrados na mina San José.
Quando o túnel de resgate estiver pronto, uma cápsula de aço, projetada pela Marinha chilena e construída especificamente para este propósito, será utilizada para retirar os trabalhadores da mina. A cápsula tem 54 cm de diâmetro, oxigênio para cerca de três horas e cintos para prender os mineiros e protegê-los, em caso de desmaio.
O plano é que oficiais da Marinha desçam para avaliar a situação e ajudar os mineiros a utilizar a cápsula. O processo de retirada de cada um dos homens presos deve durar uma hora.
DECISÃO
Mas até o resgate, as equipes têm uma decisão difícil a fazer: a ordem dos mineiros resgatados. Entre as famílias dos mineiros, vários defendem que o primeiro deve ser o mais velho, Mario Gomez, o homem que mandou o bilhete "Estamos todos bem no refúgio, os 33".
Mas o governo não está disposto a seguir esse critério. Segundo o ministro Golborne, que lidera as equipes de resgate, o primeiro deverá ser alguém que reúna saber técnico em geologia com força física. Com vários dedos amputados em decorrência de acidentes com explosivos, é quase certo que Mário Gomez seja descartado como "primeiro homem".
Os mineiros devem ser divididos em três grupos: o primeiro será o dos técnicos mais capazes (e saudáveis). Resolvidos os problemas que eventualmente surjam, devem começar a subir os que mais necessitem de cuidados médicos imediatos. Por fim, irão os demais.
Com informações da folha.com
O ministro de Mineração do Chile, Laurence Golborne, afirmou neste sábado que vai levar o tempo necessário para decidir qual o melhor modo de resgatar os 33 mineiros presos a 700 metros de profundidade, há 64 dias. Golborne falou pouco depois da perfuradora T-130 alcançar o local onde estão os mineiros, causando grande euforia entre os parentes.
Apesar do grande marco na operação de resgate, a saída dos mineiros deve acontecer somente na terça-feira (12). Após escavar o poço, as equipes de resgate vão desmontar as 105 peças da perfuradora para passar câmeras e examinar a segurança das paredes do túnel. Se elas forem uniformes e fortes o suficiente, vão preparar o túnel para a passagem da cápsula que trará, um a um, os mineiros isolados.
A grande dúvida no momento é se o túnel será ou não protegido com placas de aço, uma garantia para que as paredes não desmoronem durante o resgate. O processo pode atrasar por no mínimo cinco dias o resgate.
"Levamos 33 dias de perfurações para chegar ao local onde estão os 33 mineradores (...), agora não podemos nos apressar para definir situações importantes, vamos levar o tempo que for necessário", detalhou Golborne diante da ansiedade da imprensa para saber o dia exato do resgate final. Ele próprio estimou anteriormente que levaria de três a dez dias para o resgate, a partir do momento que a perfuradora chegasse ao local.
"Ainda temos um longo caminho a percorrer, muito trabalho para fazer e precauções a serem tomadas. Mas hoje alcançamos um marco importantíssimo".
O contato com a região onde estão os mineradores, cuja possibilidade era estimada em apenas 2% no início da operação, tornou-se realidade graças ao trabalho de centenas de engenheiros e operários das empresas mineradoras da região. "Temos pessoas especializadas, com grande capacidade de manipulação das máquinas", elogiou o ministro Golborne.
Golborne afirmou na véspera que as placas de aço suficientes para cobrir todo o túnel pesariam mais de 150 toneladas --o que poderia causar um colapso na instável mina e atrasar muito mais o resgate. A estrutura pode ainda bloquear a passagem da Phoenix, a cápsula de resgate.
Também nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, afirmou apenas a primeira parte do túnel aberto pela T-130 será protegido, o equivalente aos primeiros cem a 200 metros.
EUFORIA
A perfuradora T-130, a mais avançada das três que trabalham na operação de resgate na mina chilena San José, chegou ao local onde estão presos os 33 mineradores. Uma sirene soou às 8h02 no horário local, (9h02 de Brasília) confirmando oficialmente que a perfuradora, batizada como "La Liebre" ("A Lebre", em livre tradução) pela rapidez com que alcançou os 624 metros de profundidade, alcançou o local onde os 32 operários chilenos e um boliviano permanecem desde 5 de agosto.
Ao saber da notícia, o acampamento Esperanza se transformou no cenário de emoção e júbilo. Os membros da equipe de resgate comemoraram a conquista junto de familiares, que passaram a noite acordados para acompanhar o avanço da perfuração, correram até a colina onde estão cravadas bandeiras em lembrança aos mineradores.
Os chilenos --e todo o mundo-- foram cativados pelo drama dos mineiros, que passaram 17 dias sem que se soubesse nem ao menos se estavam vivos. O resgate se tornou uma questão de prioridade nacional.
O próprio ministro Golborne, e os integrantes da equipe de resgate, liderada pelo engenheiro Andrés Sougarret, se abraçaram com os familiares.
"Os mineradores sabem o processo que vem agora e estão muito tranquilos, mais calmos do que a imprensa ao menos", brincou o ministro em uma breve e improvisada entrevista coletiva.
"Isso é muito forte, é um grande sentimento. Eu posso imaginar o que meu irmão deve estar sentindo lá dentro", disse à agência AFP Gastão Henrique, irmão de um dos mineiros, que espera por ele fora do site.
"Estamos muito felizes, porque nestes dois meses temos sofrido muito. Aguardamos agora que saiam logo para podermos abraçá-los e trazê-los para casa", disse Wilson Avalos, que tem dois irmãos enterrados na mina San José.
Quando o túnel de resgate estiver pronto, uma cápsula de aço, projetada pela Marinha chilena e construída especificamente para este propósito, será utilizada para retirar os trabalhadores da mina. A cápsula tem 54 cm de diâmetro, oxigênio para cerca de três horas e cintos para prender os mineiros e protegê-los, em caso de desmaio.
O plano é que oficiais da Marinha desçam para avaliar a situação e ajudar os mineiros a utilizar a cápsula. O processo de retirada de cada um dos homens presos deve durar uma hora.
DECISÃO
Mas até o resgate, as equipes têm uma decisão difícil a fazer: a ordem dos mineiros resgatados. Entre as famílias dos mineiros, vários defendem que o primeiro deve ser o mais velho, Mario Gomez, o homem que mandou o bilhete "Estamos todos bem no refúgio, os 33".
Mas o governo não está disposto a seguir esse critério. Segundo o ministro Golborne, que lidera as equipes de resgate, o primeiro deverá ser alguém que reúna saber técnico em geologia com força física. Com vários dedos amputados em decorrência de acidentes com explosivos, é quase certo que Mário Gomez seja descartado como "primeiro homem".
Os mineiros devem ser divididos em três grupos: o primeiro será o dos técnicos mais capazes (e saudáveis). Resolvidos os problemas que eventualmente surjam, devem começar a subir os que mais necessitem de cuidados médicos imediatos. Por fim, irão os demais.
Com informações da folha.com