Piauí tem a segunda maior população rural do Brasil
O Piauí é o segundo estado do Brasil que mais tem sua população morando na zona rural, segundo o IBGE. De acordo com o Censo 2010, 34% dos 3,1 milhões de piauienses, cerca de 1 milhão de pessoas, moram na zona rural. O Estado só perde para o vizinho Maranhão, que tem 37% de seus habitantes, ou 2,4 milhões de moradores, habitando na zona rural.
A porcentagem de piauienses morando na zona rural é bem acima da média do Nordeste, com 26,87% habitando na zona rural, e da do Brasil, de 15,65%. Em alguns estados brasileiros, como Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás, o percentual de habitantes na área rural é inferior a 10%.
Segundo o economista Francisco Sousa, esse grande número de habitantes morando na zona rural explica parte da fragilidade econômica do Piauí. Ele afirma que, historicamente, não foram criadas políticas governamentais para incentivar a produção agrícola comercial no Estado, de forma a melhorar a renda dos trabalhadores rurais. “O que basicamente ocorre no Piauí é agricultura de subsistência, que não agrega valor” diz o economista.
Sousa compara o desempenho da agricultura piauiense com a produção agrícola de outros estados, principalmente Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Nessas regiões, as produções têm tecnologia e geram impostos, o que faz, inclusive, com que muitos profissionais da zona urbana trabalhem na zona rural.
“Não é porque as pessoas moram na zona rural que o Estado é pobre, mas sim porque não há investimentos que gerem repercussão financeira no campo”, frisa Sousa. Segundo ele, apenas nas cidades há maior circulação do dinheiro, graças à administração pública, a algumas indústrias e aos setores de comércio e serviços. O resultado disso é baixo rendimento entre a população que mora na área rural.
No entanto, a proporção de habitantes na zona rural do Piauí vem caindo na última década. No Censo de 2000, por exemplo, dos 2,8 milhões de piauienses, 1 milhão moravam na zona rural e 1,8 milhão, na zona urbana. Na época, a população do campo era 37% do total, ficando o restante, 63%, na urbana.
- Fonte: Robert Pedrosa / Jornal O DIA